Japão

Amigos, vivi finalmente a experiência Oriental!
Aquela imagem idílica do país organizado, em equilíbrio com a Natureza, com gente simpática e solícita, com muito Zen, ..., existe! Chama-se Japão. O Nhi veio visitar-me e voamos juntos para Tokyo. Uma cidade de prédios altos cheios de anúncios com referências Manga, em que toda a gente tem um telemóvel de última geração que abre, em que os jovens vestem a última moda, ainda que de gosto peculiar, com uma rede de transportes muito completa, em que as 24h parecem 18h, onde um turista não consegue perder-se mesmo que queira. Entrar em qualquer lado significa receber um sorriso acompanhado de vénia, que se retribui quase instintivamente. Ficámos alojados em Ikebukuro, uma área a 25 minutos do centro de Tokyo, de comboio. Como já chegamos tarde não deu para aproveitar muito de Tokyo na primeira noite e na manhã seguinte seguimos directamente para Kyoto, antiga capital na província de Kansai, onde estão concentrados os templos e jardins que se fizeram da história do Japão. Um à parte, as fotos desta viagem são de autoria conjunta. Continuando, fomos num comboio rapidíssimo e a viagem que demora normalmente cerca de 9 horas foi feita em menos de 3. À chegada a Kyoto fomos directamente para a guest house da Sra. Hirota. Um sítio em estilo Ryokan, com uma Sra. Muito expedita a “comandar as tropas” que nos recebeu com chá verde e bombons. Devo admitir que o chá verde Japonês está para além do meu paladar e como tal não aconselho, mas fomos tão bem recebidos que até parecia nem saber tão mal... :) A Sra. Hirota, antiga agente turística, tratou logo de nos traçar a rota para o primeiro dia. Começamos então pelo templo de Kiyomizu-dera, um templo Budista cujo edifício principal assenta sobre uma rede de estacas que se mantém unidas sem um único preguinho. De seguida fomos conhecer o bairro Gion, tão conhecido pelas Gueixas que alberga. Em toda a estadia só vimos duas vestidas a rigor e a corrida dos turistas atrás delas foi tão intensa que nem tive coragem de levantar a máquina por isso ficam com uma ideia do bairro e imaginam as Gueixas... ;) O primeiro dia em Kyoto acabou no centro, em Ponto-chô, onde a população se estende à beira rio a apanhar o fresco da noite. Rio este que permite ver os seixos no fundo...
O segundo dia em Kyoto começou em Ginkaku-ji. Mais um templo budista, desta feita com um riquíssimo jardim. Uma das coisas mais maravilhosas desta viagem foi que cada templo ou santuário visitado é diferente e deliciosamente Zen, quero dizer, convida a ficar a contemplar. Há sempre água, sombra e brita desenhada a acompanhar o local de culto, ladeado por montanhas. Um equilíbrio perfeito. De Ginkaku-ji seguimos pelo Passeio dos Poetas, que deve ser maravilhoso na Primavera porque está carregadinho de cerejeiras. Um caminho em que quem nos guia é um pequeno canal e que em cada esquina apresenta um templo ou um santuário a visitar. O fim da caminhada foi em Nanzen-Ji que muito nos entristeceu já estar fechado. Ficámos pela arcada principal, ela só por si prometedora. De volta ao centro para acabar o dia na estação central de Kyoto, com a sua arquitectura de renda metálica.
O terceiro dia apresentou-se chuvoso, mas felizmente foi o único. Desta feita seguimos para noroeste da cidade para aproveitar o refúgio de novos templos e santuários. Visitámos vários e resolvi destacar aqui o Palácio Dourado, um templo todo revestido a folha de ouro que mesmo debaixo de chuva intensa se apresenta como podem ver. Passámos ainda por um dos jardins Zen mais referenciados que, a bem da verdade, não nos deixou maravilhados, o Ryoan-ji. O que nos deixou mesmo consolados foi o almoço onde deu para secar os pés que já engelhavam... :) E a tarde foi de visita ao Castelo Nijo-jô. Uma fortaleza onde não faltam a água, a brita e as sombras. Também muito apreciado. O fim de tarde foi para visitar o santuário de Fushimi, em Inari, onde centenas de Tori formam um longo caminho laranja em honra dos deuses do arroz e Sake. Pois claro que tínhamos de prestar homenagem aos deuses do Sake, o que é que estavam à espera? ;) Creio que não tenho mencionado suficientes vezes o quão limpo e organizado é o Japão por isso aproveito a oportunidade para reforçar esta ideia.
O último dia em Kyoto foi para visitar os arredores, mais concretamente Arashiyama e a sua ponte Togetsukyo. Ah, a maravilhosa floresta de bambu. Sim, é tão verde e fresca como na fotografia. Em Arashiyama ainda visitámos dois templos, um deles activo com um exame a decorrer. Esta viagem foi muito curiosa porque andámos poucos minutos de comboio e, de repente, parece que chegámos a uma aldeia no interior do país.. Tão perto da cidade e no entanto tão rural... Mais um sítio que encantou.
A viagem já se aproximava do fim... e decidimos passar o ultimo dia antes do regresso em Tokyo para aproveitar a cidade. Tokyo é tudo o que descrevi e mais alguma coisa. Um reboliço constante mas organizado. Onde é impossível perdermo-nos porque há sempre alguém que pergunta “precisa de ajuda?”. Visitámos o bairro da tecnologia, Akihabara, onde prédios altos albergam Gigas e Gigas de material informático e afins. Passámos pela baixa da cidade, Ginza. Fomos ao bairro mais fashion, Harajuku, onde os trajes são inimagináveis. Acabámos o dia em Shinjuku, onde jantámos Tempura com um cozinheiro a fazer a comida à nossa frente e deambulámos nas ruas a ver como é luminosa a noite de Tokyo.
Amigos, foi uma viagem que quero muito muito repetir!!!!!!!! O Japão é o Oriente que se procura.