Rita Xau Xau

Registo da minha viagem pelo Oriente.

2006/04/11

Cantão

No passado fim-de-semana, o segundo de Abril, fomos de excursão a Cantão, ou melhor dizendo Guangzhou. Viagem animada de camioneta, com petiscos servidos pelos companheiros de viagem (éramos um grupo de 20) e chegada pela hora de almoço. Guangzhou é uma cidade enorme. Para terem uma ideia levamos cerca de 45mins a chegar ao centro. Como Zhuhai, é uma cidade cinzenta onde os cheiros de comida e de farmácias tradicionais (daquelas com tudo o que se possa imaginar) se fundem e inundam as ruas. Depois há uma imensidão de lojas de roupa, artigos electrónicos, animais, “traquitana” e até mesmo uns laivos de Ocidente marcados pelo M do Mac Donalds. Uma nuvem constante sobre a cabeça, tão característica das cidades orientais que sofreram um “boom” de crescimento. Mas estava e a dizer, chegada pela hora de almoço à ilha que foi em tempos um importante porto no Rio das Pérolas, cujo monopólio do comércio era detido pelos portugueses lá pelos anos de 1500 e picos e onde mais tarde os ingleses também foram autorizados a negociar, seguindo-se os franceses e holandeses. A ilha artificial que fica separada de Guangzhou por um estreito canal chama-se Shamian e foi lá que ficámos alojados, no Hotel Victory, e muito bem alojados, devo dizer! É uma zona totalmente distinta do resto de Guangzhou uma vez que é de arquitectura tipicamente colonial. Foi aqui também que me apercebi do quão imenso é o “mercado” de adopção de crianças chinesas por casais ocidentais, e foi algo que me impressionou de facto... Por todos os lados, na ilha, casais de loiros enormes a transportar bebés de traços orientais.
Bom, mas adiante, almoçámos num restaurante de comida chinesa, pois claro. E é oficial, estou a habituar-me a estes sabores! Depois a tarde foi passada em passeio a conhecer as atracções de Guangzhou. Fomos à casa da família Chen que é um edifício de torcidos tipicamente orientais, com telhados ricamente decorados com esculturas pintadas e que alberga uma série de colecções de arte que vão das porcelanas ao marfim esculpido, das conchas recortadas a esculturas de pedra, das quais destaco uma no jardim das traseiras da casa. , que podem ver na foto. Depois seguimos para o Pagode, que também podem ver na foto, e subimos os 9 andares para termos uma visão geral da cidade. Não mudei de opinião. Cinzenta.
Ao final da tarde voltamos ao Hotel, depois jantamos noutro restaurante chinês e experimentámos as “maravilhas do karaoke! :) Que divertido! Acabámos a noite numa discoteca, Baby Face, com toda a pinta de ocidental, e que bem que me soube abanar o corpo ao som de música que gosto!
O dia seguinte foi para dar um salto ao mercado de pedras e de Jade. Sei de muito boa gente que teria perdido aqui a cabeça, não é tia Zé? Depois do almoço ainda houve tempo para visitar o museu de arte de Guangdong (província de Cantão). Um edifício muito bem organizado e de visita fácil. Gostei bastante, ainda que a maioria das exposições vigentes não me tivesse dito muito... E foi daqui que depois seguimos para Macau. Chegámos a casa a precisar de um fim-de-semana para descansar... :)

2006/04/04

Festa

As festas por aqui são agitadas e populosas! O Sábado, dia 1, foi dia das mentiras, do casamento do Jorge e da festa de aniversário do Hugo, da Filipa e da Catarina. E quando há festas de aniversário de portugueses aqui em Macau podem crer que vai aparecer sempre alguém, ou melhor, muita gente (!), que não conhece o aniversariante mas que aparece para o petisco e para cantar os parabéns. Eu desta vez conhecia o aniversariante, o Hugo! :) Ah, estou a falhar outro aniversariante, um espanhol que não sei o nome mas que veio acompanhado por um grupo gigante de estudantes de intercâmbio da Universidade de Macau. Ou seja, largas dezenas de pessoal novo invadiram um requintado restaurante da Barra. E por requintado entende-se uma tasca do pior, em que é regra não olhar para a cozinha para se conseguir comer o que nos é posto à frente. Ao longo do repasto (comidinha chinesa, que por incrível que pareça sabe melhor que na maioria dos outros restaurantes) assiste-se às manobras dos barcos ali atracados. Resta dizer que o restaurante/tasca se chama Cais 22 e que fica precisamente num cais activo onde são carregados e descarregados contentores de mercadorias ou o que quer que seja que se encontre lá dentro... Enfim, um ambiente animadíssimo como podem ver nas fotos, cheio de diversidade de fauna humana que é o que dá côr ao espaço tosco. Uns cantam... Todos bebem... Fala-se em diversas línguas... Vida social agitada pelas terras do Oriente...